Skin picking: entendendo o transtorno de escoriação compulsiva

Skin picking entendendo o transtorno de escoriação compulsiva
Tempo de leitura: 6 minutos

Embora pareça um nome bem diferente do que estamos acostumados a ouvir, o skin picking é um problema de saúde mental popularmente conhecido como transtorno de escoriação. 

Sua principal característica é o hábito recorrente e incontrolável de cutucar a pele. Esse hábito provoca lesões de tamanhos variados, em alguns casos podem se tornar feridas graves. 

Por ser uma ação que a pessoa não consegue parar de praticar, é comum surgir sentimentos de tristeza, autoestima baixa, vergonha, sentimentos negativos, fobia social, entre outros. 

Nesse artigo falaremos sobre os principais sintomas do transtorno skin picking. Além disso, explicaremos como diferenciá-lo de outros problemas mentais, melhores tratamentos e quais comportamentos precisam ser mantidos ou evitados. 

Leia com bastante atenção!

O que é skin picking?

Caracterizado por um comportamento repetitivo e também compulsivo, o transtorno de skin picking é um problema de ordem psiquiátrica. 

As repetidas ações que consistem em cutucar, beliscar, apertar, arranhar, puncionar, cortar ou escavar a pele descontroladamente, podem trazer sérias complicações — que vão desde o agravamento das lesões e presença de cicatrizes, até as implicações emocionais. 

Os tratamentos dermatológicos precisam ser recorrentes para cuidar das lesões e evitar que se agrave para uma infecção. Afinal, feridas abertas podem ser porta de entrada para bactérias.

Segundo a Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 1,4% dos adultos sofrem desse transtorno e ele pode estar associado a outros, tais como depressão e transtorno obsessivo compulsivo, por exemplo. Ainda, um quarto dessa porcentagem são mulheres. 

Conheça outros nomes mais comuns para o skin picking: 

  • Escoriação psicogênica;
  • Acne escoriana; 
  • Escoriação neurótica;
  • Transtorno de escoriação; 
  • Escoriação patológica.

Para que o diagnóstico seja assertivo, o paciente precisa ficar em observação por um tempo, pois os atos repetitivos e compulsivos são as principais características. 

Lembrando que não é preciso que a pele tenha alguma lesão prévia para que a pessoa com o transtorno cutuque as feridas. As ações compulsivas podem atingir partes do corpo que estão saudáveis ou mesmo aquelas que apresentam pequenas anormalidades. 

Mulher espremendo o rosto.

Principais sinais do transtorno

Como visto, o ato de cutucar feridas é uma das principais características de quem sofre com esse transtorno. Abaixo, listamos todos os sinais associados com o skin picking:

  • Dificuldade em parar de cutucar a pele saudável ou já lesionada; 
  • Provocar pequenas lesões na pele sem perceber;
  • Tirar casquinhas de machucados com frequência, brincar com elas, colocar na boca ou engolir. 
  • Usar dedos, unhas, dentes ou mesmo pequenos objetos pontiagudos, como pinças ou tesouras. 
  • Tentativa de alívio das emoções cutucando, apertando, espremendo ou exercendo algum tipo de pressão sob a pele; 
  • Somente cutucar a pele na ausência de pessoas conhecidas ou fazê-lo somente na presença de familiares muito próximos;
  • Cutucar a pele de forma automática, sem plena consciência do que está fazendo; 
  • Tentativa de aperfeiçoar a pele por meio dos cutucões, cortes, arranhões ou outras ações que provoquem lesões na pele. 

Ainda não existem causas concretas que desencadeiam o transtorno de escoriações. No entanto, segundo o Instituto de Neurociências Dr. João Quevedo, essa é uma forma encontrada pelas pessoas que sofreram com pais autoritários.

Segundo a psicóloga Lívia Franco (CRP 05/57299), “cutucar a pele dessa forma torna-se um alívio momentâneo de emoções negativas, estresse, ansiedade e incômodos, algumas vezes difíceis de serem nomeados e identificados pela própria pessoa”. Há ainda teorias relacionadas a deficiências no metabolismo, resultando na baixa produção de serotonina e dopamina. 

Independente da causa, essa condição é preocupante e por isso a busca por informações é essencial. O acompanhamento médico adequado ajudará a iniciar um tratamento assertivo para o transtorno.

Diferença entre transtorno de escoriação e transtorno obsessivo-compulsivo 

Embora o skin picking seja considerado um transtorno compulsivo, há algumas diferenças em relação ao TOC. 

O transtorno obsessivo-compulsivo é caracterizado por obsessões, ou seja, pensamentos e atitudes impulsivas que não podem ser controladas por quem sofre com o problema. 

Enquanto isso, no transtorno de escoriação a pessoa sente uma vontade incontrolável de cutucar a pele, mas não há presença de pensamentos obsessivos. 

As ações resultantes do TOC não geram prazer em causar ferimentos na pele. No entanto, quem sofre com a escoriação neurótica sente emoções positivas quando cutuca a pele.

O que fazer se tiver esse distúrbio?

O que pode e não pode ser feito se tiver skin picking

Não existe uma receita pronta sobre o que deve ser feito ou não. Contudo, é possível listar pequenas atitudes que fazem a diferença no dia a dia, confira abaixo:

Faça isso

  • Tente manter as mãos ocupadas com frequência;
  • Avalie as situações e locais em que você sentiu maior vontade de cutucar a pele, e evite-os; 
  • Trabalhe sua mente para resistir à vontade de cutucar a pele, seja com as mãos ou algum objeto; 
  • Cuide de sua pele, usando sabonetes, tônicos e hidratantes específicos para o seu tipo de pele. A Agradal tem uma linha de produtos desenvolvidos para ajudar nesses cuidados;
  • Tenha uma rede de apoio e divida com ela esse problema. Peça ajuda.

Evite isso

  • Unhas grandes; 
  • Deixar objetos pontiagudos, pinças ou tesouras guardados em casa. 

Qual o tratamento ideal para quem tem skin picking? 

O tratamento ideal para esse tipo de transtorno varia de uma pessoa para outra, por isso, é importante consultar um dermatologista e um psiquiatra para obter diagnósticos precisos. 

Em alguns casos, são indicados medicamentos e também os nutracêuticos, que ajudam a nutrir o corpo, com influência no sucesso dos tratamentos psiquiátricos. 

A psicoterapia aliada à medicação adequada também é grande auxiliar nos tratamentos contra o skin picking. Ela deve ser personalizada para atender as necessidades individuais de quem sofre com o problema. 

Além disso, é preciso definir qual a abordagem melhor se encaixa em cada caso, sendo a terapia cognitivo comportamental uma das mais sugeridas para resolver o problema, ou pelo menos controlar as crises. 

Conclusão 

Ao longo deste artigo explicamos o que é skin picking, sinais do transtorno e demos dicas em relação ao tratamento. Certamente você já entendeu que se trata de um problema sério devido às lesões causadas na pele.

Por ser uma ação compulsiva e repetitiva, o skin picking não pode ser ignorado. A busca por dermatologistas, psicólogos e psiquiatra é fundamental para um diagnóstico preciso, bem como a indicação do melhor tratamento.

Em nosso blog você encontra as melhores informações sobre cuidados com a sua pele, beleza natural e skincare. Venha sempre nos visitar e assim ficar por dentro de assuntos como esse. 

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